domingo, 24 de maio de 2015

Sem reservas




Desculpe-me se não existe mais romance em mim,
se a noite dorme em meus braços toda vez
que eu penso em sair.
Sabia que há horas sem fim em meu relógio
e nem mesmo sei o peso que isso tem?
Deve ser porque dei tempo demais pra mim,
e descobri que ele é um ladrão de corpos.
O que é estar pronto?
É não cometer nenhum deslise,
ou é acontecer em cada segundo?
Se você quiser ter um bom romance comigo
tem que estar disposto em pular o cercado
e olhar para a lua sem piscar,
pois agora é tarde.
Eu já não posso segurar o vento,
só posso observar as folhas e o céu cinzento.
Porque ir para o lado mais fácil
é roubar o relógio da mão do tempo,
e lamber as cerejas do bolo,
ou ainda esquecer a falta que tantas coisas
faz em mim, como a coleção de palavras
que guardei sob a pele, quando no ultimo outono
eu desfolhei no vento com tanta sinceridade.
Não me guardei em potes como conserva,
apenas vivi todo o amor que poderia sentir
sob o tempo que fiz de mim sem reservas.

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