quarta-feira, 29 de abril de 2015

Fel social


Velai pelas nossas cabeças, plantai sementes do amanhã, 
salvem as crianças, da decadente e mesquinha sociedade que construímos.
Cuidem de nossas crianças e não as colham antes do tempo.
Salvem-nas dos dogmas, e das cabeças economicistas
que as colocam em cárceres privadas de luz. 
Algumas políticas sociais, estão enganando a ordem das coisas,
assim como quando toda a criança brasileira
é colocada expostas em sua frágil estrutura, na ausência de cuidados.
Isso não é casual, e nem tão pouco sensacional,
isso é crime, é desumano, desarranjo, verme, ferida, escória,
infelicidade para a pátria, infâmia maternal.

terça-feira, 28 de abril de 2015

E por falar em Abujamra, aqui vai minha saudação véi, entoadas em suas reflexões....




Sou um crítico de mim mesmo,
sou um desesperançado
que invado sem permissão sua hipocrisia.
Mau amado: - não!
Apenas é esse meus mais jovial retrato
o da transgressão, da delinquência,
que fez de mim o rei dos CEU'S.
Animado, sem graça,
que provoca os que lá vão para vê-lo,
e trocar um pouco de energia
porque os jovens estão à procura de algo,
talvez uma gargalhada grunhindo em desespero,
afim que se possa disparar as expressões reprimidas.
E assim, parti nesta noite, como abrindo uma outra porta,
talvez a mesma que Thomas Bernhard abriu,
sem ao menos se despedir,
porque por ironia eu estava dormindo,
logo eu que zelei com cuidados a minha mente
para sempre mantê-la acordada.
Talvez esse seja o segredo da vida, o inesperado.
Será que os provocadores se despedem,
ou ensinam: a olhar, a escutar,
as coisas que podem não terminar bem,
porque o fracasso e o sucesso, ferosfera,  
são iguais porque os dois são impostores
.
(in-memoriam - faleceu em 28/04/2015) 

domingo, 26 de abril de 2015

Adultos sem cultura

                                    (Governo Alckmin encerra convênio para curso de Alfabetização para adultos)

Sem mãos 
sem fala
sem pernas ...
um vulcão atônito me toma,
menos educação para adultos,
isso significa: - menos cultura
o que equivale a um retrocesso
um hiato no tempo.
Tirar do povo; - e o que o povo espera?
Governantes imperialistas
somam filas para ignorância
perco meu chão, minhas águas.
Epidemias e mortes,
velai povo pelos oprimidos.
Como quem chora, silencio: 
- no próximo outubro quais serão as pautas?

Amor e despedida




- Eu te amo: disse eu meio insegura,
depois de horas tentando decifrar seus códigos, 
e já com os desejos todo latejando em meu corpo,
e, imaginando suas mãos por entre as minhas pernas.
Tive que segurar meus gemidos.
Você continuou com sua fala acidental, 
como de costume,
encostando sua boca nos meus ouvidos, 
mantendo-me suspensa, como se tivesse a intenção
de contar-me um segredo.
É porque são ocidentais suas palavras, 
quando embargadas pela procura das justificativas.
Na medida certa, inclinando a cabeça para a rua,
olhou-me como quem mostra a estrada.
Apertei sua mão, beijei seu rosto, 
e lhe disse mais uma vez: - amo você;
então você com seu olhar me abriu pelo meio, e partiu.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Liberdade



Sinto informar à quem possa se incomodar,
que decreto hoje, que só tomarei nota 
de tudo que tocar a minha alma com importâncias.
Declaro também que acredito
no espírito e que este tem morada na alma
e que ambos moram no infinito,
e que por hora nesse meu corpo habito.
Ainda declaro também,
que o que vivi é o suficiente
para eu decidir o que me cabe.
E que portanto, acredito que dois corpos
não ocupam o mesmo lugar no espaço.
Sendo assim, me declaro livre.

terça-feira, 21 de abril de 2015

A Arte e seu portal



A Arte transcende,
com a mesma frequência dos sentimos.
Nenhuma outra porta
nos torna tão inteiros como a Arte.
Ao atravessarmos este portal,
nos encontramos com todas as peças
de nosso quebra cabeça.
Viver sem Arte é como 
o Narciso viver sem espelhos,
Ariadne sem a corda,
Alice sem o País das Maravilhas,
o canto sem a voz
e a poesia sem a boca.

O mundo

A subjetividade pode alcançar caminhos
provocando sensações criativas,
os pés alcançam as portas
as mãos as janelas
e a visão o mundo.


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Origem

Cada um sente seu pertencimento,
é fechar os olhos e deixar-se ir e vir.
Os caminhos são trechos
que temos que percorrer.
Aquele que tem medo em seguir,
não sabe nada de sua raiz.
Pertencer não é tomar para si,
pertencer é fazer parte,
é o sentimento certeiro de completude,
o seu lugar.

domingo, 12 de abril de 2015

Silêncio

Quando seu silêncio for tão profundo quanto a sua dor,
é porque chegou o limite para um grito.
Quando sua alma somente enxergar dor, então grite.
Grite sempre que seus pássaros forem presos na gaiola,
porque os pássaros são sempre para voar em liberdade.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Porque sim





Ainda bem que existe Walt Whitman,
e suas "folhas na relva",
suas delicadezas bucólicas,
que servem para todos os poetas 
e aos não poetas também.
Ainda bem que as folhas das gramas
podem se estender sob o céu infinito
e ficar assim à me apreciar sem segredos
por entre, por embaixo
e por minhas sombras, sem conflitos.
Só para eu poder me assentar
com minhas formas de sonhar,
em me redescobrir sempre e sem pressa.
Ainda bem que Walt Whitman me isentou dessa culpa ,
em ser demasiadamente humano.


Acordada

Utopias ou realidade?
Era digital que consome o mundo por utilidades.
Sucesso, devaneios, são quereres.
Somos mais que ferramentas
deste mundo que criamos e recriamos,
esquecendo de nossa humanidade.
Somos o convexo das emoções,
o saco dos caranguejos amarrados
querendo escapar para liberdade
e que se chocam em sua casca dura.
Somos o avesso, a deformidade, a leveza também.
Quem garante neste espaço do tempo em que vivemos,
que, a vida que assumimos está certa ou errada?
Parte de nós naufraga sempre depois de uma realização.
A dureza da vida trás-nos a traição das incertezas.
Concorremos não só com os espaços,
mas com a vida que está dentro de nós que tem seu limite de tempo.
Procuramos reproduzir na incansável busca sem fim
dentro de seu próprio tempo limitado.
Tocamos caminhos levados pelos pensamentos e emoções.
Hora e meia voltamos ao coração,
cabeça, pulso, respiração,
na oxigenação das células
como pensamento primário.
O mundo respira o que é criado,
sem saber que o que se cria é realmente útil.
Utilidade? Essa efêmera criatura criada por nós mesmos.
Logo a revolução está em trocar esta palavra,
mesmo que escondida em paraísos,
quem dera fosse essa a premissa de todas as horas,
e não o desejo apenas pelas realizações.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Caixa de Pandora

E se couber, coloco tudo na caixa de Pandora,
já que os reflexos condicionados entre o claro e o escuro
sempre me convencem a manter o equilíbrio.
Não aposto mais nas fragilidades instáveis do dia-a-dia,
não que isso não seja necessário,
é que hoje já não há mais a certeza de quem somos,
pois estamos espalhados pela cidade,
sempre estereotipados por algo que nem se quer nos identificamos,
apenas criamos e recriamos.



Blog para divulgação de eventos e espetáculos realizados no Teatro Universitário Cláudio Barradas (Pará)

Ser poeta

Para ser poeta não tem receita, deve ser uma falta ou combinação genética, é ter gosto por aquilo que a maioria nem se quer contempla. Ser poeta é ser um espiador, um louco varrido que faz caminhadas conversando consigo mesmo. É ser insuportável e mesmo assim amar a humanidade, a liberdade e a vontade legítima em estar, simplesmente estar, é o que o senso comum chama de ócio.