sexta-feira, 11 de setembro de 2009

No meu jardim (Para Sandra "Drão")



















No meu jardim haviam muitas árvores,
elas perfumavam e movimentavam
a luz pelo jardim em cor.
O aroma que vinha de lá... então...
era do piso verde do jardim,
por onde passeavam lagartas coloridas
à espera de seu vôos mágicos.
Lá ninguém omitia sua natureza!
E eu, me permitia respirar...
me encantar,
me transformar
e viver!"

Sabedoria da infância


Ser criança é brincar com a natureza.
Há de se refletir porém sobre o meio social,
em sua reprodução.
Observar sua espontaneidade
é intimar o íntimo em se manifestar
consigo mesmo.
Ser criança é sorrir sem crédito,
é amar sem débito,
é alicerçar a vida no tanto que a vida dá...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Essencial


Fonte: http://www.bloginvoga.com/2013/07/20/vogue-coreia-agosto-2013-lee-hyun-yi-lee-hye-jung-e-mais-por-kang-hyea-won-editorial/


Há os que dizem da pureza íntima,
sem esquivar-se das essências e procedências reais.
Há os que pressentem as tendências
de casos cheio de descaso e rivélias.
Mas há os que meramente deixam ser,
ser puramente na distinção dos olhares,
nobreza que envolve sutilmente com delicadas notas
os dizeres sem palavras,
aprofundados em observações.

Desgosto



Toda poesia vazou pela pia. 
Irônica pia, condutora. 
Gotas de esgoto irônico. 
Desgosto de pia condutora. 
Errôneo pulso, entupido goteja fraco. 
Pia branca, sumindo, 
na vertigem que me assombra.
Banheiro fechado, clausura. 
Compartimento, entendimento, 
pia gotejando, transborda. 
Lavo meu rosto, minhas mãos,
não posso perder minha estima.
O desgosto, lavo,
lavo, espuma, espuma. 
Você bem que podia
dar-me um pouco de teu osso 
para eu seguir com minhas pernas agora.





























Adormecida

Dor... amortecida.
O corpo deitado já não toma decisões,
a ameaça intravenosa tomou espaço na corrente sanguínea,
os tubos apressados alimentam todas as paredes, sem piedade.
Os órgãos retroativos decidem rumo inverso.
À hora tranquila, inconsciente à espera corre.
Estendido o corpo, já faz parte comum, biopsicossocial.
Ainda há tempo para divagações,
a garganta seca, anti-terapêutica não emite som.
A presença prostrada vem confrontar o medo do fim,
a noite sopra o concreto absoluto,
refazendo no distanciamento qualquer apego,
nessa torre construída de papel em noite de chuva.

Umidade



Língua, dedos. 
Podemos ver toda a pele despida 
e tocar calmamente sentindo a umidade, 
os sons e o cheiro. 
Língua se arrastando,
saliva engolindo o gosto e o sal dos dedos. 
Podemos ver toda a pele despida e tocar calmamente, 
sentindo a umidade e refazer o caminho por horas, 
procurando sempre, até atingir na exaustão,
o aconchego dos dedos, da língua e da pele nua.

Extremos

Procurou as cores para se livrar do lado escuro da solidão,
empilhou lado a lado seus lápis de cera coloridos: - que brilho!
Continuou seu raciocínio, postando o corpo bem agasalhado
na mesa redonda, ocorriam-lhe pensamentos de atitudes
 pouco sociáveis, nunca escondeu de si verdades,
tinha o prazer de provocar suas feridas
só para machucar e sentir seus extremos.
O ser humano, divagou: - é composto de uma particularidade frágil,
temperamental, entre eles há uma coisa animal
capaz tanto de preservar como destruir a espécie.
Nada se tem de certezas,
sabe-se porém, que suas relações não são tão fiéis
e duradouras apesar de sua extrema peculiaridade desejável.