segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Argonauta

Algo surpresa eu pensei
mesmo muitos pensando ser comum ou fácil... não é.
É surpresa para mim.
Sei lá qual é o texto, qual é o diálogo.
Há algo entre linhas,
 algo entre vidas, sou eu o palco.
O eu como os outros espalhados po aí,
uma poeira cósmica,
uma varredura, um argonauta.
Eu dedilho o teclado, ouço música.
Você nem faz ideia, vem sem cessar.
É o além do permitir, apenas acontece e é só...
Acontece onde não há vaidade,
nem medo, só uma vontade,
vontade imensa e mais nada.
Logo tudo vira potência e explode em liberdade.
Libertando-se de mim
até mesmo o sentimento.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bonecas ao sol (para Bândara)


A menina represa a água numa bacia com bonecas,
brinca de criança na varanda ensolarada,
o ritmo que se escuta vem de uma caixinha de música:
- será que a pequena menina também será bailarina?
Algo único invade aquele momento,
numa leitura entre meus labirintos,
em que a menina suavemente vai conduzindo
a corda para a saída longe dos medos.
Poderia não ter pressa
e dançar com ela pela varanda do tempo,
banhando de sol minhas tristezas.
Já não penso mais sozinha,
tenho raiz arejada no imenso tapete de grama,
da bela casa que toma toda dimensão entrelaçados de futuro,
pelos seus verdes olhos,
que vão projetando meus pensamentos
que invadem o universo sem frio, sem dor, só pensamentos.