Boa noite!
Cheguei tarde?
É que tive problemas com as travas da gaveta,
no encontrar o baton que coloriu minha boca a noite passada.
Desabotoada me sinto, tanto, que minha pintura íntima escorreu pela cidade.
Boa noite?
Tentei engajar minha lucidez antes da sua,
dentro do meu corpo miudo
compactuado com a brutalidade deliberada de sua crueza.
Boa noite!
Esperei de você a presença,
para fechar o meu vestido,
e me alargar no vão entre o céu e o inferno
que conduz a tranquilidade a minha alma.
Boa noite...