quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Moribundo

O moribundo não desfalecia de vez
teimava em sustentar sua oscilação cardiáca. Olhava para cadeira
preza no tempo,
- passado, presente e futuro.
Surtado na ira de seu desencanto.
Fragelava-se interpretando seu inconsciente.
A senhora dona da ingênua desgraça,
Nair Morais, era cativa
da terceira cadeira,
congelada e renovada
na esperança
de um mundo particular feliz.
A mulher invisível,
paixão frágil do abandono,
que sustentou, não apenas por um momento,
mas toda a sua vida.
Obscecado pariu sua morte,
se fechando na intersubjetividade
de suas sensações, - calou-se!

Marcas na areia

Cheguei a pensar que os fatos da vida
fossem como escritos na areia e que o mar os levassem.
Após cada tormenta desse mar chamado vida
eu esperava que a tempestade levasse suas marcas embora,
mas a natureza é sábia, tudo na vida se transforma, já compreendi.
Não tenho mais o medo destes tais sentimentos,
já os acomodei reescrevendo histórias pela areia.