Crônicas e outras declarações.






Sempre me senti uma zebra por não me encaixar em nenhuma história.
Defini minhas passagens e a passagem das pessoas por minha vida como algo que valia grandes filosofadas, mas ouvi de um amigo no final de semana, e precisei definir uma coisa tão simples, ele me disse: não há nada melhor do que "sexo burocrático".
Em minha primeira avaliação eu me surpreendi, com sua fala que me pareceu coisa de pessoa mal amada, um desafeto, mas analisando mais de perto, percebi que o que ele queria dizer do "sexo burocrático" era uma coisa parecida com um sexo caseiro, quando se discute um bom filme, faz comidinhas e esquenta os pés. 
Confesso que nunca vivi isto, minhas relações sempre são avassaladoras, cheia de êxtase, nada de meias verdades e de sentimentos pequenos. Nunca me acomodei com relação nenhuma, sempre fui para além dos limites, exigente primeiramente comigo. 
Francamente isso de ficar em casa esquentando os pés à dois, num pijama sambando nos quadris, e chinelinhos com meias, isso nunca foi meu projeto, o descompromisso com o destino que a paixão trás.
Hoje já com quarenta anos, nem sei se isso é possível, pois ainda não me vejo no "sexo burocrático", como se fazendo cálculos para fechar as contas do mês.
Considero me uma eterna apaixonada, daquela que enraíza na instabilidade emocional os maiores sentimentos. Posso ser maluca, mas não me aqueço se tiver sempre a mesma cena envolvendo o encontro, gosto da falta de endereço e principalmente da surpresa de um convite de última hora. É como se estes sentimentos todos me deixassem com a corrente sanguínea e minha pessoa viva. 
Não desejo manter a pessoa sob comando, nem calcular tempo, a não ser aquele tempo que é o da espera do próprio encantamento.


Título: Poder e conhecimento

Caminho por ruas asfaltadas, questões de poder não atolar o pé na lama, parafraseando no sentido mais obsoleto desta história. A questão do conhecimento é uma aventura que se percorre como a caça ao tesouro, tem seus mapas, suas entrelinhas e principalmente a competição pelo poder.
O capitalismo surgiu como modelo de aquisição de bens e fortuna, na passagem da Idade Média para Idade Moderna, quando foi oficializado os meios de produção, desta maneira a regra serviu como exemplo para todo o mundo, seu berço foi a Europa que isso se cristalizou, nos meios de produção com a classe operante a burguesia, que queria a todo custo o poder pelo enriquecimento com a comercialização. surgindo os banqueiros e os cambistas. Este sistema o capitalismo, mantinha suas plataformas: lucro, acúmulo de riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios. Com isso surgiram a expansão mercantilista, projeto que se disputa até hoje, com aquisição de terras, matéria prima, e mão de obra. Nesta operação podemos destacar ações de busca pelo lucro, uso da ,ão de obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdade social.
Quando as máquinas vieram substitui a produção manufatureira, ouve um guerra social cujo o momento mudou toda história, a população perdeu seu discurso que acabou sendo um ruido social que se sente até hoje. 
Com a produção em série instalou-se vários sistemas que até hoje não foram tratados com efetividade, pois na contrapartida desta produção há o lucro, um lucro pelo domínio que esbarra no conhecimento, mas não é este seu objetivo, seu objetivo principal se chama poder pela riqueza, estendendo-se da Europa para outras regiões do mundo. 
A era da Revolução Industrial, modificou a produção substituindo os artesãos, com a criação das máquinas à vapor, levando o dono da fábrica à uma enriquecimento por meio da produção que acontecia em larga escala. O desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição, acidentes foram as marcas mais alarmantes deste início de era.
A expansão territorial tinha apenas um significado a exploração, não era nem a troca de cultura nem o conforto de visitas cordiais, era uma relação de domínio de terras e riquezas minerais.  Os primeiros continentes a serem explorados foram: o Asiático e o Africano; por sua extensão territorial e riquezas minerais, que eram forçados a trabalharem nas jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados das fábricas européia.
No século XX o sistema é reforçado com a sistema bancário, que gestam as riquezas acumuladas, estabelece assim a operação do poder ditadas em regras, com suas grandes corporações financeiras num mercado de ação globalizada. O lucro do capital do mundo sob um sistema financeiro, permitindo a instalação de corporações de produção de bens e serviços em diversas partes do mundo. 
Essas operações transitam em tempo integral, com a informatização do sistema, permitindo a circulação e transferência de valores em tempo real.
Podemos concluir que o sistema bancário e financeiro são aqueles que mais lucram no contexto econômico atual.







Declaração: Transgênico uma questão de saúde pública


Venho declarar minha indignação com o desrespeito e descaso dos políticos brasileiros que votam a favor da retirada dos rótulos dos transgênicos das embalagens dos alimentos, é insólito, é o mesmo que permitir sua produção e comercialização. Nas prateleiras dos supermercados você não se saberá distinguir mais suas propriedades. E não se enganem, grande parte do universo econômico onde as normas são estabelecidas numa competição de mercado, claro uma competição em massa, pára abastecer a massa, essa resolução gera um paraíso de interesses financeiros. Massa? É, para o povo minha gente, para o povo. Aquele que não tem condição de escolher, é os que as vezes conta seu dinheiro em centavos para concluir o pagamento de sua conta no caixa, esses sim, serão levados a consumir por uma questão de sobrevivência dos seus, esses alimentos, produzidos em larga escala, domínio de mercado, mas não para o pequeno agricultores, é a abertura de mercado para os poderosos, derramarem sua toxidade na economia e produzir sem ética alimentos, é aqueles que receberam critérios de qualidade em sua produção, que vai desde embalagem, conservação e composição dos alimentos. Pergunto aqui o que será fiscalizado então? Quando se quebra algo que desde os anos 80 é motivo de críticas, por uma questão de vida e qualidade humana é o mesmo que retroceder nas políticas públicas. Ser transgênico é receber mudança genética, é ter uma gama de agrotóxico, é produzir com modificações para se salvar das pragas, é modificar a qualidade da natureza dos alimentos. Para combater as doenças, os laboratórios terão que gerar novos antibióticos Agora me pergunto: - o maior lixo produzido no mundo é o de alimentos, o que criará maior volume de produtos e geração de grana, money, dinheiro. Será que alguém já experimentou, um papel pigmentado, com aroma e textura semelhante à alimento? - É isso que estaremos produzindo, isso deveria ser enquadrado no mínimo como FALSIDADE IDEOLÓGICA, CORRUPÇÃO CONTRA À VIDA, EXPLORAÇÃO DA TERRA, CARTEL, CORRUPÇÃO CONTRA A NATUREZA. Com o passar do tempo, semearemos flores e teremos outra coisa, menos flores. Fica aqui registrada minha indignação.



Crônica: Cadê meu mundo?

Nenhuma verdade é tão humilhante quanto aquela que faz-nos ignorantes em nosso meio de vida. Um observador, o participante da realidade atualmente escolhe apenas dois estados estar: off ou on, e o que me assusta é que aparentemente parece que isso basta, o que também o torna realidade.
Passo pelas ruas de meu bairro e contemplo suas casas, analiso suas fachadas e logo penso: - quem vive nelas, às conheço? Sei que lá existem donas de casas ainda, aquelas que passam seus dias entre o máquina de lavar, geladeira e TV. Obrigo-me a pensar, como são elas, que idade possuem, e seus filhos onde estão, e seu marido, será que continuam casadas?
Continuo minha caminha ainda, e mais à frente vejo o comércio os secos e molhados, as lojas de utilidades e de roupas. Arrisco entrar em uma delas, e tento silenciosamente observar as escolhas que levam ao consumo; - seriam estas as necessidades?
Ainda na minha caminhada vou até o posto de saúde, vejo as filas e a fisionomia da espera no atendimento e a qualidade na qual são tratadas as pessoas em suas queixas e necessidades de saúde. Mas à frente vejo as escolas, as creches e a circulação familiar em seu entorno, algumas tão decadentes em sua estrutura, outras inacabadas, passando do prazo de conclusão das obras, com enorme placa descrevendo o investimento aplicado sem nenhuma avaliação criteriosa.
Afinal será que tudo está tranquilo? Percorro com as perguntas, e essas perguntas têm respostas tão evasivas quanto minha caminhada por entre asfaltos sem tratamento, esquecidos em valas, buraco e suas deformidades.
Ainda olho ao meu redor e vejo os desmatamentos sem cálculo, a construção sem planejamento e as vias inacabadas em lugares ou sem lugar nenhum, num momento em que um parque verde é tão raro. Passam por mim além de carros de lançamento do ano, carros sem condição de uso, carriolas, bicicletas e mascates e vou me sentindo tão apertada.
Onde estão os pensamentos, onde estão os moradores desse bairro, o quê estão fazendo? Como estão os sentidos da população quando não estamos sendo alarmados, com toques de algum veículo de comunicação que despeja suas pautas que parecem despropositada, mas que no fundo tem uma verdade alimentada por questões sócios-políticas e econômicas.
Eu entro em crise existencial, pois não há nada que me oriente no dia-a-dia a não ser minha própria esperança embasada naquilo que minha visão pode alcançar, ou ainda, nada além do que aquilo que me constituiu e me fez uma cidadã, esta própria engrenagem, na qual me sinto submersa.
Provoco-me o tempo todo para alcançar o outro que se encontra neste isolamento taciturno do esquecimento misturado com a falta de reconhecimento do que está fazendo assim tão isolada dentro de tamanha vida, e vida abundantemente reciclável e tão cheia de esperança de vida.
Em que acredito? Acredito que reproduzimos o mal e o bem sem medir consequências, pois isto mora num paraíso cheio de dogmas e marketing de ação libertária, onde há facilitadores, as chamadas ações justificadas, desde ao adquirir um produto em moda, frequentar uma academia, comprar um guarda-chuva.
Num dia de chuva como este, aparentemente tranquilo a maioria ainda dorme, sem entender quem construiu e porque construiu o labirinto do Minotauro.



Crônica: Eu não estava lá


Alguns paraísos moram tão próximos, mas a sintonia que colocamos para vivê-los é risco do fósforo que acende sua chama inspirando-a por segundos. A lentidão do derredor se atropela por inteiro, talvez sejam as crendices ocultadas nos baús das tentativa por esquecimentos, ou o medo em se conduzir à um único destino, à vida real.
Caminhamos por mundos numa constante releitura; - até que ponto caminhamos para o novo?
A crise de cada um está na tensão desses paraísos. O fato é que adormecemos nas crendices a maior parte do tempo, e a vida não tem tanta novidade como parece. As roupagens mudam conforme a tendência de uma ordem imposta por alguma regra. Isto está mais para o psicológico do que para ação real, por termos a liberdade em transitar livres por entre o paraíso e o inferno. 
É a tensão moral dos contrapontos, tudo tem seu contraponto para se fazer o ritmo, a gravidade é um contraponto para o equilíbrio, é bem verdade, assim como na música e nos sentidos. 
No entanto para se estar presente, é necessário ter se a certeza do essencial, criamos mundos paralelos e nos mantemos neles até nos sentir seguros, pois na utopia mora o não palpável: - a criação.
A normalidade instituída na sociedade por um desejo de regras sociais permeiam o desejo pelo controle sobre elas. Pensar pode fugir a qualquer regra, por conta disso há tanto receio em se revelar a relação de poder e conhecimento.
Os que por algum motivo tentam quebrar o cerco que permeiam os limites, e isto a sociedade mantém o controle, vive em constante interesse de delimitação territorial, não só material, mas nas fronteiras do conhecimento, como uma disputa, o que não é comum, e ainda não sabemos tratar sobre este signo, o signo das cidades, porque uma coisa é o registro teórico, a outra coisa e a organização de fato, o que se observa nas entrelinhas é uma linguagem subjetiva, em que a tentativa do controle começa pelo centro. 
Criamos o que somos nas referências através do outro, logo o que se registra comummente são algumas falsas necessidades desenhadas numa linguagem subliminar.
Nesta astucia da governabilidade é o que se estabelecem as regras, as pautas que serão debatidas em nome da organização pública e do bem estar social, até mesmo um simples rótulo, do tipo: - alimento transgênicos será rotulado para conhecimento das propriedades, ou não? Esta disputa, bem como a pauta é um consenso pontual previamente avaliado.
A representação feita pelo sufrágio do voto é uma representação eleita pelo povo, onde eleitos governam para o povo, e são pagos pelos povo, logo as decisões deveriam ser populares, regras estas que podem ser questionadas acerca de sua eficiência.
Ora eu não estava lá, não sei do que se trata.




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