sábado, 9 de agosto de 2008

Nunca


Corríamos separados na chuva
entre dois ônibus.
A cada semáforo a gente se via.
Levantávamos os braços em sinal de reconhecimento.
Era passiva nossa espera,
escorregávamos nas poltronas.
O ônibus estacionou, nós saltamos,
frente-a-frente a gente se viu,
ficamos pálidos em meio a multidão.
Nos sentimos únicos e calados
colamos os corpos.
Observamos nossas vidas num instante.
Podíamos fazer sexo,
mas engolimos essa,
coisa do urbano neurótico em que vivemos.
Tocamos por um momento
as nossas faces e amadurecemos
ao partir deixando para trás o encanto.

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