terça-feira, 14 de julho de 2009

Paixão


Paixão se justifica por paixão...
Envolvimento poético inesperado,
tentativa de se expressar a emoção de um sentimento forte!
O fazer-se existir pela intensidade,
sobrepondo a lucidez e a razão.
O amor ardente, o afeto, a intensa sexualidade,
que correlaciona com o eu mais profundo dos protagonistas.
São sintomas: o domínio, a cegueira,
a obsessão, a angústia da espera, o martírio,
a flagelação, a intersubjetividade...
Um arrebatamento, a cólera e a disposição contrariam,
ou favorece o sentimento numa oscilação
entre a entrega e a manipulação.
Na paixão não temos tempo em viver pela metade,
o tempo não volta e o ritual ascende
uma composição mítica.
Entre o amor e paixão há a dor e a evidência do belo.
A paixão leva o inesperado como carro chefe.
A intensidade da paixão sobrepõe a lucidez e a razão.
Como se fosse uma cena de objetos brancos,
com a intenção de dar profundidade para o desejo,
propondo um diálogo de cor, som, odor e temperatura.
Cubo de gelo, flores vermelhas,
como forma de representação do duelo de choques,
o paradoxo da união com o outro
e a preservação da própria individualidade.
Paixão é um rito,
um estopim uma verdade particular,
um contrassenso, um campo de trigo
pronto para a colheita.

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